O Evangelho do segundo domingo da Quaresma é o relato da Transfiguração de Jesus. Pedro, Tiago e João são testemunhas da grande revelação de que Jesus é o Filho amado de Deus. O acontecimento se dá também na presença de Moisés e Elias - dois grandes líderes de Israel e que as Escrituras apresentam como mediadores entre Deus e o Povo.
Moisés, mediou a Lei, Elias, o grande profeta que defendeu os pobres da terra e a justiça. É importante ver que depois da Transfiguração Jesus toma a firme decisão de descer a montanha e ir para Jerusalém onde aceitará a morte de cruz para ser fiel ao plano do Pai.
Vejamos bem, a morte não faz parte do projeto de Deus, mas da fidelidade de Jesus Cristo, a sentença de morte é resultado de uma condenação humana injusta, realizada pelas autoridades, que se desviaram das escrituras. Aqui podemos pensar numa relação com a Quaresma que vivenciamos a cada ano, é um convite da Igreja para uma revisão de vida - somos fiéis ao projeto de Deus? Ou assumimos atitudes mundanas que geram morte?
Como na Transfiguração Jesus desce a montanha, também nós não devemos fazer eco ao que Pedro disse, "é bom ficarmos aqui" e, de fato, é, mas a atitude a ser imitada é a de Jesus, temos que descer de nossa zona de conforto, temos que perder os medos que muitas vezes são presentes em nossa missão.
O relato da Transfiguração na Quaresma é um alerta para todos nós, cristãos de fé. O Amor, a fidelidade, ao projeto de Deus é que deve ser aquilo que nos move, nos inspira em nossa missão, a Quaresma bem vivida nos conscientiza que muitas vezes amar, ser fiel, nos incomoda, nos torna mais sensíveis à maldade humana que tantas vezes mata em diversos modos, mas que animados pelo Espírito do Filho transfigurado, nos leva a ressureição. Portanto, como pessoas que creem, somos desafiados a retornar às nossas fontes para nos concentrarmos no essencial: a adoração a Deus e o amor ao próximo.
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